Hora de rever as Metas!



Mais um ciclo de 12 meses se completa. Então chega a hora de rever as metas de cada classe de ativo tendo como base o desempenho dos últimos 12 meses.

Neste artigo abordaremos 3 meses, Dez/15 a Fev/16. A partir dos próximos, tentaremos fazer um artigo pra cada mês com objetivo de dar maior dinamicidade e aprofundar um pouco outras análises.

Os objetivos do artigo são:

  • Motivar o leitor a iniciar, IMEDIATAMENTE, a investir em outros produtos financeiros que não a Caderneta de Poupança;
  • Demonstrar que investir pode ser mais fácil do que, inicialmente, aparenta;
  • Elaborar uma metodologia modelo para ser utilizada junto com a estratégia de Alocação de Ativos;
  • Mostrar, na prática, através de uma Carteira de Investimentos Virtual, o funcionamento da estratégia Alocação de Ativos.

ATENÇÃO


O artigo a seguir foi escrito para fins meramente educacionais. As informações, dados e operações apresentadas, apesar de basearem-se em cotações reais, tratam-se de mera simulação. Em nenhuma hipótese tratam-se recomendação de investimento. Decisões de investimento baseadas nas informações apresentadas neste artigo são de responsabilidade exclusiva de quem assim o fizer, não sendo o autor responsável pelas consequências destas decisões.





Recordando


A inflação medida pelo IGP-M se intensificou, ultrapassando a rentabilidade da Carteira de Larissa.


Apesar disso, a renda passiva continua crescendo, cada vez mais rápido.


Vamos ver o que aconteceu nos meses de Dezembro e Janeiro.


Dezembro/2015


O salário referente a Novembro foi pago antecipadamente, no dia 30/11, juntamente com a primeira parcela do Décimo Terceiro Salário. Assim, as operações referente a este aporte já estão no post anterior.

Como completou-se mais um ciclo de 12 meses, Larissa reviu suas metas de Alocação em cada Classe de Ativo. Primeiro, ela refez o histórico de aplicação ao longo dos 12 meses anteriores para verificar qual a rentabilidade de Classe nesse período.

As novas metas foram definidas de acordo com o inverso da rentabilidade da classe no período. Ou seja, se a classe teve rentabilidade negativa, a meta foi aumentada na mesma proporção. Se teve rentabilidade positiva, a meta foi reduzida na mesma proporção. Para fechar 100%, a diferença foi divida por 4 e somada a meta calculada. Confira:


As maiores alterações se concentram nas classes Ações e Câmbio que sofreram, respectivamente, a maior perda e o maior ganho. O princípio por trás dessa alteração de meta é que a economia funciona através de ciclos, portanto, deve-se reduzir a exposição naqueles ativos que sofreram uma maior valorização enquanto aumenta-se a exposição naqueles que sofreram uma maior perda.

Comparando as novas metas com o valor total aplicado em cada classe:


Fica claro a necessidade de reduzir as aplicações em Câmbio e aumentar nas demais classes. Há várias formas de se fazer isso.

A primeira opção seria fazer imediatamente, vendendo ativos de Câmbio e comprando Ações. A segunda seria aguardar o próximo aporte e fazer os ajustes necessários após o aporte. A terceira seria fazer a longo prazo, apenas com os novos aportes, sem vender ativos de Câmbio.

A Larissa optou pela segunda opção de forma que, após considerar o novo aporte, realizará parte do lucro do Câmbio reaplicando nas demais classes.

Como sairia de férias por 20 dias, tendo vendido 10 dias, recebeu no dia 04/12 o pagamento devido. Sobre as Férias (R$ 3.838) economizou 10%. Sobre o Adicional de 1/3 (R$ 1.229,33) economizou 20%. Assim, o total aportado foi de R$ 629,67.

Analisou a Alocação dos investimentos nas Classes de Ativos:


A primeira movimentação feita por Larissa foi resgatar R$ 930,93 da Classe Câmbio. Para decidir de que Ativo resgatar, olhou a distribuição dentro da Classe:

Resgatou 1,13 cotas do Fundo Euro pelo total bruto de R$ 479,97 (líquido de IR: R$ 456,60) e resgatou 216,90 cotas do Fundo Dólar pelo total bruto de R$ 450,96 (líquido de IR: R$ 413,68). Com o resgate ficou com R$ 2.455,49 para investir.

A segunda movimentação foi investir em Ações, conforme sinalizado por sua estratégia de Alocação de Ativos. Para isso analisou o índice MLCX da Bovespa e seguindo a lógica de comprar por ordem de maior participação no índice, excetuando-se empresas de setores que já possui em Carteira comprou:

  • 56 KROT3 ao custo total de R$ 586,76
  • 43 CCRO3 ao custo total de R$ 589,76
  • 17 EQTL3 ao custo total de R$ 595,70

Larissa constatou que,das ações listadas no MLCX, já adquiriu uma ação de cada Setor. Como seu objetivo é ter 12 ações, faltam 3 ações a serem adquiridas. Agora ela analisará os Substetores para definir as próximas aquisições.

O saldo disponível não era suficiente para adquirir o FII HGRE11, próximo da lista. Portanto, adiou a compra pra quando tivesse recurso suficiente.

Vale lembrar que como o valor em Conta Corrente não foi suficiente para executar todas as operações, houve o resgate de 76,61 cotas do FDI equivalente ao total bruto de R$ 271,97 (líquido de IR: R$ 270,72).

No final do mês o FII BRCR11 comunicou fato relevante informando que o FII Prime, cujas cotas são integralmente do FII BRCR11, recebeu notificação do inquilino PETROBRAS solicitando rescisão contratual. Caso se configure, os rendimentos certamente serão afetados.

Ao longo do mês, houve os seguintes eventos financeiros:

  • Rendimentos dos FII: R$ 24,93
  • Juros sobre Capital Próprio (ABEV3): R$ 4,46
  • Dividendos de Ações (CCRO3, ITUB4): R$ 2,44
  • Aluguel de Ações: R$ 1,59
  • Pagamento de Taxa de Custódia: -R$ 10

Ao fim do mês a composição da Carteira era a que segue:

(Clique na figura para ampliar)

O mês apresentou um péssimo resultado de -2,5%. A seguir os Ativos com melhor e pior desempenho no mês:



Janeiro/2016


O FII BRCR11 comunicou fato relevante informando que exerceu opção e finalizou a venda de 3 imóveis recebendo o total de R$ 365 milhões de reais. A operação resultou em retorno de R$ 65 milhões (21,7%) considerando preço de aquisição dos imóveis em 2012. Destacou ainda que o valor da venda foi R$ 39 milhões (11,3%) acima do preço de avaliação dos imóveis. A utilização dos recursos provenientes da venda dependerá da estratégia do gestor.

Larissa recebeu salário proporcional a 11 dias, em razão das férias em Dezembro, no valor de R$ 1.361,87. Desse valor economizou R$ 136,19. Analisou a Alocação nas Classes de Ativos:


Identificado que a aplicação seria em FII, analisou o IFIX:


Comprou 1 HGRE11 ao custo total de R$ 1.124,92. Comprou também 0,01 LFT 010321 ao custo total de R$ 74,27. Para fechar as operações resgatou 966,67 cotas de FDI pelo total de R$ 1.040,94.

Ao longo do mês, houve os seguintes eventos financeiros:

  • Rendimentos dos FII: R$ 26,02
  • Juros Títulos Públicos: R$ 21,29
  • Aluguel de Ações: R$ 3,30
  • Juros Sobre Capital Próprio: R$ 0,85
  • Dividendos de Ações: R$ 0,27
  • Pagamento de Taxa de Custódia: -R$ 10

Ao fim do mês a composição da Carteira era a que segue:

(Clique na figura para ampliar)

A rentabilidade do mês foi negativa em 3,4%, fortemente impactado pelo desempenho de VALE5 e PETR4. A seguir, os Ativos com melhores e piores desempenhos:



Fevereiro/2016


Após o aporte do mês, analisou a situação da Carteira:


A sinalização era venda na Classe Câmbio. Então analisou a composição desta Classe:


Resgatou 27,41 cotas do FCD pelo total de bruto de R$ 60,68 (líquido: R$ 55,36) e 0,11 cotas do FCE pelo total bruto de R$ 51,46 (líquido: R$ 48,48). Como a Classe que receberia os recursos era a RF, analisou a alocação dentro desta:


Comprou:

  • 0,14 NTNF 010127 ao custo total de R$ 99,50
  • 0,13 NTNBP 150535 ao custo total de R$ 89,33
  • 0,19 LTN 010123 ao custo total de R$ 68,97
  • 0,03 NTNB 150850 ao custo total de R$ 72,73
  • 0,01 LTF 010321 ao custo total de R$ 75,05

A próxima classe a investir seria FII. Mas como não tinha o mínimo de R$ 580 disponível comprou 28,12 cotas do FDI ao custo total de R$ 101,78, reservando este valor para futuras operações.

Ao longo do mês, houve os seguintes eventos financeiros:

  • Rendimentos dos FII: R$ 35,36
  • Juros Títulos Públicos: R$ 30,10
  • Juros Sobre Capital Próprio: R$ 3,87
  • Aluguel de Ações: R$ 3,71
  • Dividendos de Ações: R$ 0,27
  • Pagamento de Taxa de Custódia: -R$ 10

Ao fim do mês a composição da Carteira era a que segue:

(Clique na figura para ampliar)

A rentabilidade das Classes apresentada acima não considera a Renda Passiva acumulada. Ao incluí-la nos respectivos desempenhos o resultado é o que segue:

(Clique na figura para ampliar)

A rentabilidade do mês foi positiva em 3,3%. A seguir, os Ativos com melhores e piores desempenhos:


A alocação final entre as classes ficou assim:



Conclusão

A Renda Passiva mais uma vez bate recordes. Recorde do total em um único mês (R$ 73,31), recorde referente a renda de FII (R$ 35,36) e recorde referente a juros de Títulos Públicos (R$ 30,10).

(Clique na figura para ampliar)

O aumento da renda passiva tem sido consistente e cada vez mais estamos colhendo os frutos disso.

A rentabilidade de cada Ativo está assim:

(Clique na figura para ampliar)

As ações PETR4 e VALE5 tiveram uma perda considerável nesses três meses. As condições macroeconômicas desfavoráveis, associadas aos escândalos constantes (Petrolão, no caso da PETR4, e Samarco-Mariana, no caso da VALE5), provocaram uma grande queda em suas cotações. Ainda assim são grandes empresas e devemos deixar a estratégia de Alocação de Ativos fazer seu papel.

Os meses de Dezembro/2015 e Janeiro/2016 provocaram grandes perdas. Ao menos, em Fevereiro/2016 tivemos uma recuperação da perda do mês anterior. Ainda assim estamos 7,3% abaixo do mínimo desejado que seria o valor da cota corrigido pela inflação:


Os rendimentos representam 2,3% do total investido. Chegaram a ficar negativos em Janeiro/2016 mas se recuperaram em Fevereiro/2016:

(Clique na figura para ampliar)

Comparando o patrimônio e a renda passiva do acumulado de 2 meses dos 3 anos que se passaram:

(Clique na figura para ampliar)

A renda passiva acumulada de 12 meses continua em ascensão:


Para finalizar, um novo gráfico:

(Clique na figura para ampliar)

No gráfico acima vemos nas barras a rentabilidade de cada mês. A linha VERMELHA representa a média das rentabilidades mensais. A linha VERDE representa +1DP e alinha ROXA -1DP.

DP = Desvio Padrão = Medida estatística que nos diz que, dada uma série de dados, 68% dos valores estarão em até +/- 1DP, 95% dos valores estarão em até +/- 2DP e 99,7% dos valores estarão em até +/- 3DP. Se quiser saber mais sobre o Desvio Padrão clique aqui.

Algumas inferências a partir do gráfico:

  • A média das rentabilidades é +0,4%;
  • Dos 27 meses da série, 14 (52%) tiveram rentabilidade positiva enquanto 13 (48%) tiveram rentabilidade negativa;
  • O DP está em 2,2 p.p. --> 17 (63%) meses ficaram dentro de +/- 1DP, como era esperado;
  • A maior sequencia de altas foram 4 meses seguidos (Fev/15 a Mai/15) enquanto de baixas foi de 5 meses seguidos (Set/14 a Jan/15);
  • A maior rentabilidade em um único mês foi de +4,5%, enquanto a menor foi de -3,4%;
  • Das rentabilidades que ultrapassaram +/- 1DP, a maioria (6 de 10 ou 60%) foram positivas.

O Desvio Padrão, geralmente, é usado como medida de risco de um ativo. Mas essa explicação fica pra outra oportunidade.


Pense nisso!

Um grande abraço e até a próxima!


Kleber Rebouças

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