6 Dicas para Você Parar de Perder e Passar a Ganhar Dinheiro ao Usar o Cartão de Crédito


Rico Dinheiro

O Cartão de Crédito é, injustamente, apontado por quase todos os consultores financeiros como o vilão do orçamento doméstico. Geralmente, a primeira coisa que é sugerida a quem está com dificuldades financeiras é jogar fora todos os cartões de crédito. Outra recomendação constante é não parcelar a compra. Esqueça essas dicas! São pura baboseira!

Os objetivos deste artigo são:

  • Demonstrar que o vilão do orçamento doméstico não é o cartão de crédito
  • Explicar formas de uso do cartão de crédito que inverterão o jogo a seu favor
  • Comentar sobre os programas de fidelidade dos cartões de crédito




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A Culpa é, Exclusivamente, SUA!


"Jogue seu cartão de crédito fora!"

Esse é o primeiro conselho dado a quem não consegue controlar seus gastos. Está errado! O coitado do cartão de crédito não tem nada a ver com isso. É um simples objeto inanimado, sem vontades ou desejos.

Ao culpar o cartão de crédito por seus descontrole financeiro, você perde a oportunidade agir sobre o principal responsável:

Rico Dinheiro

Isso mesmo! Você é o principal responsável por seus problemas financeiros! Na verdade, é o único responsável.

Obviamente, há casos de pessoas que simplesmente não conseguem evitar o impulso de comprar, compram descontroladamente. Se é este seu caso, sim, sugiro que livre-se dos seus cartões de crédito. Mas não só isso! Recomendo também que não vá a lugares com jogas e oportunidades de compras como lojas, feiras, bairros comerciais, padarias, supermercados, nem acesso sites de lojas virtuais. E mais: recomendo fortemente que procure ajuda psicológica ou psiquiátrica, afinal, pode ser que você sofra de oneomania.

Não se conscientize disso e continue sofrendo as consequências. Conscientize-se e aja para reverter o jogo ao seu favor.


1) Sempre negocie desconto para pagar em dinheiro


Existem algumas organizações que buscam "conscientizar" o consumidor de que este deve exigir o mesmo preço caso pague a compra no cartão ou em dinheiro. No âmbito do direito, provavelmente estas instituições estão corretas. Mas no âmbito da finanças estão totalmente equivocadas e prestam, na verdade, um desserviço à sociedade ao defenderem esta causa.

Ao realizar uma venda tendo como meio de pagamento o cartão de crédito, o lojista arca com diversos custos que não teria caso o meio de pagamento fosse o dinheiro:

  • Aluguel da maquineta;
  • Taxa de comissão de venda, por volta de 5% do valor total;
  • Custo com infraestrutura de telecomunicações para conectar a maquineta ao sistema da administradora do cartão de crédito;
  • Custo de Oportunidade porque só receberá o valor da venda após 30 dias;
  • Juros pago referente a financiamento do Capital de Giro pelo mesmo motivo do ponto anterior;

O argumento das organizações que defendem o mesmo valor para vendas no cartão e vendas no dinheiro é que os custos inerentes à utilização do cartão são do lojista, e não do consumidor, uma vez que aceitar o cartão de crédito é uma escolha daquele. Para não arcar com estes custos o lojista poderia, simplesmente, não aceitar pagamentos com cartão de crédito. Esplêndido raciocínio (só que não!).

Ora, vamos imaginar dois consumidores que desejam comprar um produto que esteja anunciado na vitrine de uma loja por R$ 100. Um deseja pagar no cartão. O outro, que quer pagar em dinheiro, negocia com lojista e consegue um desconto de 5%, o que o faria desembolsar R$ 95.

Agora, vamos imaginar que nossos (des)iluminados congressistas aprovaram uma lei que, de fato, obrigasse os lojistas a praticarem um único preço para as duas formas de pagamento. Será que o lojista reduziria o valor do produto para R$ 95 ou simplesmente não concederia mais o desconto para quem desejasse pagar em dinheiro, fazendo com que estes passassem a desembolsar R$ 100 pelo produto?

Me parece que a resposta é bem óbvia, não? E também não me parece que é o consumidor quem sai ganhando nessa história.

Portanto, a primeira dica é: SEMPRE NEGOCIE DESCONTO PARA PAGAR EM DINHEIRO!

Vamos imaginar uma família cujo gasto médio mensal no cartão seja de R$ 3 mil e que consiga um desconto de 5% sobre esse valor caso optasse por pagar em dinheiro. Isso significaria uma economia de R$ 150 por mês. Digamos que esta família aplique esta economia num investimento com rentabilidade líquida e real de 0,47% ao mês (NTNB Principal 150535 em 29/03/2014 para aplicações com prazo superior a 720 dias).

  • Em 3 anos, o saldo acumulado seria de R$ 5,9 mil, composto de R$ 5,4 mil em aportes e R$ 0,5 mil em juros;
  • Após 12,5 anos, o valor mensal dos rendimentos com juros ultrapassaria os aportes mensais de R$ 150. Nesse período o saldo acumulado seria de R$ 32,5 mil, composto de R$ 22,5 mil em aportes e R$ 10,0 mil em juros;
  • Após 22,6 anos, o valor total acumulado em juros seria R$ 40,8 mil, ultrapassando o valor de R$ 40,7 mil acumulado em aportes, totalizando um saldo de R$ 81,5 mil;
  • Em 25,3 anos, o saldo acumulado seria de R$ 100,3 mil, composto de R$ 45,6 mil em aportes e R$ 54,7 mil em juros. Ou seja, o valor acumulado em juros seria 20% superior ao valor acumulado em aportes. A essa altura, o valor mensal ganho com juros seria de R$ 480,49.

Rico Dinheiro

Coloquei a questão numa perspectiva de investimento. Mas você pode colocá-la de uma outra forma. A economia de R$ 150 por mês poderia significar a possibilidade de mais um fim de semana de balada, ou a possibilidade de comprar mais algumas peças de roupa a cada mês. Enfim, o fato que você aproveitaria melhor seu dinheiro.


2) Sempre negocie desconto para pagar em parcela única


Quando a loja não lhe concede um desconto para pagamento em dinheiro, geralmente lhe oferece o "benefício" de parcelar a compra sem juro. Pura mentira! Não existe tal coisa como parcelamento sem juro.

No mínimo, uma operação a prazo envolve o Custo de Oportunidade. Além disso, é bem provável que o lojista tenha contraído um empréstimo para cobrir o capital de giro envolvido nessas transações, portanto, embutindo o custo desse empréstimo no preço dos produtos.

Assim, ao pagar uma compra que foi ofertada como parcelada sem juros em uma única parcela, o consumidor oferece ao lojista a oportunidade deste antecipar o pagamento do seu empréstimo, reduzindo o seu custo com juro, ou girar seu estoque mais rapidamente, proporcionando uma maior rentabilidade ao negócio. Portanto, nada mais justo do que o consumidor antenado se valer desse conhecimento para obter algum desconto.

Qualquer desconto é válido? Não! Dependerá da quantidade de parcelas que o lojista oferecerá para dividir a compra "sem juro". Também dependerá do SEU Custo de Oportunidade.

Levando em conta que a taxa SELIC está em 10,75% ao ano, uma referência poderia ser uma taxa de 0,90% ao mês (10,75% / 12). Assim, de forma simplificada, só seria vantajoso ao consumidor pagar em parcela única uma compra que pudesse ser parcelada em 10 vezes "sem juro" caso o desconto fosse superior a 9,0% (0,90% x 10).


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3) Divida no maior número possível de parcelas, caso não obtenha desconto


Caso não tenha sucesso na negociação de descontos, conforme sugerido nos dois primeiros tópicos, divida a sua compra na quantidade máxima de parcelas possível.

A lógica por trás dessa opção é: uma vez que o lojista transfere para o consumidor todos os seus custos e não oferece nenhuma vantagem para os que pagam à vista, porque que este deverá arcar com custos que são daqueles que costumam pagar suas compras parceladas?

Devo, uma vez que sempre compro à vista, ser solidário a ponto de arcar com os custos relativos a financiamentos dos que compram a prazo? Para mim, não faz sentido. Portanto, se o lojista não entende ou não quer conceder-me tratamento diferenciado por pagar à vista, ajo conforme a maioria e parcelo a compra. Simples assim!

Mas, cuidado! A grande armadilha no uso do cartão de crédito é perder-se no controle e não ter dinheiro para pagar a fatura de forma integral no vencimento.

Mesmo que este problema também se aplique a quem só utiliza dinheiro (afinal, pode gastar tudo o que tem antes de receber o próximo pagamento), as taxas pornográficas que são cobradas no crédito rotativo tornam esta situação muito mais crítica. A solução para isso é simples. Só comprar o que pode pagar. Não importa o valor do produto ou mesmo que a compra seja parcelada. Só compre caso tenha o valor integral a ser pago.

Mas se já tenho o dinheiro, por que pagar no cartão de crédito e ainda parcelado? Qual a vantagem de fazer isso? Novamente, entra em cena o Custo de Oportunidade. Confira no próximo tópico.


4) Aplique o valor da compra para resgatá-lo quando for pagar a fatura


Quando se compra no cartão de crédito, tem-se de 15 a 45 de prazo pagar a compra. E tempo é dinheiro. Portanto, por que não aproveitar este prazo para obter uma rentabilidade extra?

E isso não vale apenas para o cartão de crédito. Vale para toda situação em que há um espaço de tempo entre o dia que você recebe seu salário e o vencimento da conta.

O ideal é que identifique no seu banco um fundo de curto prazo com resgate automático. Apesar de ser melhor fundos com baixa taxa de administração, esse fator não é fundamental para a proposta, uma vez que o que está se buscando é remunerar um dinheiro que, em pouco tempo, será utilizado para pagar alguma conta. A poupança não é uma boa aplicação para este objetivo porque não possui rentabilidade diária, apenas mensal.

O segundo passo é aplicar no fundo escolhido no mesmo dia em que o dinheiro for creditado na conta. Apenas mantenha na conta o valor para pagar as contas que vencem no dia ou, no máximo, na semana atual.

Tomando como premissa a rentabilidade de 0,47% ao mês, um tempo médio de 30 dias do dinheiro aplicado e uma fatura média mensal do cartão de crédito de R$ 3 mil, essa estratégia renderia mensalmente R$ 14,10.

Decerto você pode ter pensado: "Só?". Sim, é pouco. Mas ponto aqui é: aplico o dinheiro temporariamente e ganho R$ 14,10 ou deixo na conta corrente e não ganho nada? Bom, eu escolho a primeira opção. Além disso, podemos ver pela perspectiva "o que consigo fazer com R$ 14,10"?

  • Se você utiliza transporte público, como eu, significa 5 passagens de ônibus (R$ 2,80) em um mês, ou 60 passagens em 1 ano. Ou seja, pelo menos um mês de transporte coletivo pago com os rendimentos;
  • Se busco um pouco mais de conforto, significaria ir um dia táxi para o trabalho por mês;
  • A cada três meses me permitiria comprar uma peça de roupa de qualidade mediana;
  • Esse valor poderia ser utilizado para pagar parte da tarifa mensal do seu banco, caso você seja cobrado por isso;
  • Você poderia aplicar no seu fundo de previdência privada PGBL ou doá-lo ao Fundo Municipal da Criança e do Adolescente, contribuindo para uma maior restituição do Imposto de Renda.

Enfim, não faltam usos para esse pequeno valor.


5) Concentre suas compras num único cartão para aproveitar o programa de fidelidade


Ter muitos cartões de crédito, além de dar mais trabalho para controlá-los, atrapalha o acúmulo de pontos no seu programa de fidelidade favorito. Concentrar suas compras em um único cartão de crédito permitira acumular pontos mais rapidamente. Se puder utilizar cartões adicionais para os demais membros da família, melhor ainda.

O que não pode é vacilar e deixar os pontos perderem a validade. Seu esforço terá sido em vão. É melhor trocar os pontos por um produto simples do que perdê-los. Vale lembrar que hoje em dia há sites que compram seus pontos, o que é mais uma excelente alternativa de uso.


6) Pague a fatura integralmente


Nunca! Nunca! Nunca! Nunca deixe de pagar sua fatura integralmente em dia. As taxas de juro cobradas pelas administradoras de cartão de crédito são pornográficas. A título de comparação, R$ 100 depositados na poupança renderiam ao poupador algo em torno de R$ 0,55. O mesmo valor no cartão de crédito cuja conta não foi paga em dia geraria um juro de R$ 12,00.

Não importa o que aconteça, sempre pague sua fatura integralmente em dia. Nunca esqueça dessa regra! Transforme em um mantra!


Pense nisso!

Um grande abraço e até a próxima!


Kleber Rebouças

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Comentários

  1. Fantásticas elucidações a respeito de detalhes que passa completamente despercebido, pela grande maioria!

    O endividamento em massa da população é sem sobra de dúvidas o resultado de uma péssima educação financeira da população.

    Eu sempre e inevitavelmente pago minha fatura em dia, entretanto até hoje nunca coloquei em prática a técnica de investir o valor dela em um investimento de liquidez diária. Até porquê o IOF corrói praticamente todo o rendimento na maioria das aplicações.

    Deste modo pergunto qual seria a indicação do autor em um investimento de liquidez diária para obter um retorno legal, em um prazo de menos de um mês?

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  2. Nilton, apesar do IOF, para utilizar a estratégia do texto, a melhor opção é um Fundo DI com resgate automático. Entre os fundos disponíveis no seu banco com essas características, opte pelo de menor taxa de administração.

    Para compensar a cobrança do IOF, de forma a anulá-la, faço o seguinte:

    1) Sempre mantenho nesse fundo um valor equivalente a uma remuneração mensal (serve até para situações de emergência);

    2) Quando recebo um novo crédito na conta corrente, olho para as despesas futuras, até a data em que recebo novemente;

    3) Transfiro para o fundo o necessário para ficar com um saldo equivalente a uma remuneração mensal mais as despesas futuras;

    Dessa forma, provavelmente, sempre terá valores aplicados com mais de 30 dias, fugindo do IOF.

    Pense nisso!

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