Investimentos Inteligentes - Aluguel de Ações



Investimentos Inteligentes - Aluguel de Ações

A Carteira de Larissa já possui, pelo menos, um ativo de cada classe. Isso, por si só, já é um boa estratégia de diversificação. Agora, ela deve continuar com sua estratégia, ampliando a carteira com aportes mensais e com os rendimentos que for recebendo ao longo do tempo. A novidade será que, a partir deste mês, Larissa alugará suas ações para ampliar sua rentabilidade.

Os objetivos do artigo são:

  • Motivar o leitor a iniciar, IMEDIATAMENTE, a investir em outros produtos financeiros que não a Caderneta de Poupança;
  • Demonstrar que investir pode ser mais fácil do que, inicialmente, aparenta;
  • Elaborar uma metodologia modelo para ser utilizada junto com a estratégia de Alocação de Ativos;
  • Mostrar, na prática, através de uma Carteira de Investimentos Virtual, o funcionamento da estratégia Alocação de Ativos.

ATENÇÃO


O artigo a seguir foi escrito para fins meramente educacionais. As informações, dados e operações apresentadas, apesar de basearem-se em cotações reais, tratam-se de mera simulação. Em nenhuma hipótese tratam-se recomendação de investimento. Decisões de investimento baseadas nas informações apresentadas neste artigo são de responsabilidade exclusiva de quem assim o fizer, não sendo o autor responsável pelas consequências destas decisões.





Recordando...


A Carteira de Larissa encerrou assim o mês de maio/2014:

Investimentos Inteligentes - Aluguel de Ações

Com pelo menos um ativo em cada classe, Larissa está relativamente protegida contra oscilações do mercado. Dizemos relativamente porque não há como ter risco zero.

Também é possível perceber uma distorção em relação à meta de 25% em cada uma das classes, como é o caso da Renda Fixa que apresenta uma alocação de 40,1%.

É algo natural, especialmente no início da carteira, visto que os preços dos ativos são diferentes e, muitas vezes, se faz necessário acumular algum recurso na Renda Fixa antes de partir para aplicar em outras classes.

Com os aportes mensais, aos poucos, a Carteira vai tendendo ao equilíbrio da meta estipulada, como veremos a partir de agora.


Junho/2014

No dia 02/06, Larissa recebeu o seu salário de R$ 2.712 e imediatamente reservou o valor de R$ 271,20 para investir. Antes de transferir o valor para a conta na corretora, analisou a situação de sua carteira.

No mesmo dia, recebeu na conta da sua corretora R$ 0,24 referente a dividendos das 16 ITUB4 que possuía. Avaliou a alocação de seus investimentos nas diferentes classes, percebendo que a classe Câmbio era a que apresentava maior diferença entre a alocação atual e a prevista: -5,8 p.p.

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Chegou então à conclusão que seu próximo aporte seria na classe Câmbio.

O valor total de seus investimentos era R$ 2.821,80. Com o novo aporte de R$ 271,20 o total iria para R$ 3.093,00. Isso significaria que cada classe deveria ter alocado R$ 773,25 (25% em cada). Como Câmbio tinha um total de R$ 542,48 aplicou R$ 230,77 nessa classe.

Uma vez definida a classe, é preciso analisar os ativos que a compões. No caso da classe Câmbio, seria Dólar e Euro (Ouro, por exigir uma quantidade maior de recursos, ainda não está sendo considerado).

A meta dos ativos dessa classe seria uma alocação de 50% em cada. Portanto, levando em consideração o valor que já tinha aplicado, Larrisa:

1) Adquiriu 91,1 cotas do Fundo Cambial Dólar a R$ 1,24 cada, totalizando R$ 113,16.

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2) Adquiriu 0,4 cota do Fundo Cambial Euro a R$ 321,40 cada, totalizando R$ 117,61.

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Com essa movimentação, Larissa alinhou a classe Câmbio à meta estabelecida, bem como equilibrou o peso dos ativos dentro da classe mediante o maior aporte no Fundo Cambial Euro.

O saldo restante de R$ 40,49 não era suficiente para aplicar na classe Ações (a seguinte com maior diferença em relação a meta) dado que o valor mínimo que ela estipulou para aplicar nessa classe seria R$ 580. Então, aplicou no Fundo DI. Este valor será somado aos futuros aportes. Adquiriu 13,5 cotas a R$ 3,01 cada.
 
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Aumentando os rendimentos com o aluguel de ações


Os investimentos feitos por Larissa são focados no longo prazo. Portanto, não há um interesse imediato de vender suas ações em razão de flutuações momentâneas. Foi então que ela decidiu que iria disponibilizar suas ações, 16 ITUB4, para aluguel. O aluguel de ações é uma operação muito simples e segura de ser realizada. Ela é executada pela corretora de valores e registrada na CBLC (Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia).

Num primeiro momento, pode parecer estranho. Por que alguém disponibilizaria suas ações para aluguel? E Por que alguém pagaria pela posse temporária de ações?

Como sabemos, o mercado possui dois lados, os compradores e os compradores.

Basicamente, alguém compra uma ação se: i) está formando um patrimônio de longo prazo, com objetivo de obter renda; ii) tem expectativa que o preço da ação se eleve num determinado período.

Do outro lado, alguém vende uma ação se: i) precisa do dinheiro para utilizá-lo de uma outra forma; ii) tem expectativa de que o preço da ação venha a cair num determinado período.

Portanto, veja que há um "casamento" entre duas necessidades diferentes: de um lado, o investidor de longo prazo que não quer se desfazer de suas ações e, do outro, o especulador que quer obter lucro com a queda de preço das ações no curto prazo.

Quem tem as ações e disponibiliza para aluguel é chamado de DOADOR. Já o especulador que toma as ações empréstimo é chamado de TOMADOR.

O doador, a respeito da sua oferta de ações para aluguel, deve informar à sua corretora: i) o ativo; ii) a quantidade; iii) o tempo; iv) se o aluguel pode ser interrompido antes do vencimento e por qual das partes e iv) a taxa anual. Ao ofertar as ações, o doador não pode mais vendê-las e continua tendo direito aos juros e dividendos que forem distribuídos no período. O rendimento do aluguel é tributado como Renda Fixa. Ao fim do período acordado, ou antecipadamente se essa opção tiver sido previamente acordada, o doador recebe de volta a mesma quantidade de ações do mesmo tipo.

O tomador, por seu lado, recebe as ações que alugou. Vende essas ações no mercado com a expectativa de que preço caia. Quando tiver que liquidar a operação de aluguel, recompra as ações do mesmo tipo e entrega de volta ao doador pagando o valor calculado de acordo com a taxa de juro equivalente a taxa anual pactuada.

Para o doador a operação é muito simples e segura. a própria CBLC faz exigências de garantias que devem ser entregues pelo tomador com objetivo de garantir a devolução das ações ao doador. O único risco que o doador corre é de que haja uma queda de preços muito grande sem que tenha oportunidade de vender os ativos previamente porque não os terá em mãos para fazê-lo. Contudo, como a visão do doador seria de longo prazo, esse risco fica diluído no tempo.


Larissa aluga suas ações


No dia 02/06, Larissa enviou uma ordem de aluguel de suas 16 ITUB4 a 0,15% ao ano, por um período de 30. Agora ela deverá aguardar o resultado da operação.

No dia 05/06, a corretora cobrou o valor de R$ 6,90 referente a taxa de custódia.

No dia 06/06, Larissa recebeu 1 ação ITUB4, ao preço de R$ 29,83, referente a bonificação em ações distribuída pela companhia. Ela terá direito ainda a receber 0,6 ITUB4 cuja data de pagamento será decidida posteriormente pelo banco. Assim, suas ações ITUB4 sofreram a seguinte alteração:

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No dia 30/06, o empréstimo das 16 ITUB4 foi liquidado antecipadamente pela parte tomadora. A operação rendo a Larissa, líquido de IR, o total de R$ 0,05. Um valor baixo, é verdade, mas que foi gerado sem nenhum esforço além do envio de uma ordem à corretora. Também devemos levar em consideração que a carteira de Larissa ainda é pequena. A tendência é que, com o crescimento da carteira, essas operações ganhem maior relevância.

Ainda no dia 30/06, ela recebeu R$ 6,03 referente aos rendimentos de 9 TBOF11. A Carteira ao final do mês assim se apresentava:

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A rentabilidade do mês foi negativa em 0,5%. Ainda assim a rentabilidade da carteira era positiva em 1,4%. O pior desempenho era de ITUB4 que apresentava desvalorização de 7,9%. Já o ativo de melhor desempenho era NTNB Princial 150535 com valorização de 13,6%.


Julho/2014


No dia 01/07, foi creditado na conta da corretora o valor de R$ 0,24 referente a dividendos de 16 ITUB4. Perceba que a ação que ela recebeu em bonificação ficou de fora dessa distribuição de dividendos. Além disso, recebeu também juros semestrais referente a 0,1 NTNF, no valor total de R$ 3,90 líquido de IR e taxas.

Uma vez que a operação de aluguel havia sido liquidada, novamente, enviou ordem a corretora para alugar 17 ITUB4 a ,15% ao ano, por 30 dias. Agora é aguardar o fim da operação.

Mais uma vez, do salário recebido, reservou R$ 271,20 para novo aporte. Somando ao valor na corretora (R$ 40,56) e no Fundo DI (R$ 40,82) ela tinha R$ 352,48 para investir. Olhando para o gráfico de alocação de recursos entre as classes, Larissa percebeu que o próximo aporte deveria ser em Ações:

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Contudo, o valor disponível ainda era menor que o mínimo que havia estabelecido para operações nessa classe: R$ 580. Portanto a decisão tomada foi aplicar os R$ 271,20 no Fundo DI e esperar um pouco mais para comprar mais ações. Então comprou 89,5 cotas do Fundo DI a R$ 3,03 cada.

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No dia 05/07 a sua corretora cobrou a taxa de custódia mensal de R$ 6,90.

No dia 26/07, o empréstimo de 17 ITUB4 foi liquidado antecipadamente, proporcionando renda de R$ 0,04 líquido de IR. No dia útil seguinte, 28/07, enviou ordem a sua corretora para alugar suas 17 ITUB4 a 0,22% ao ano por um período de 30 dias.

No dia 31/07, recebeu R$ 4,59 referente a rendimentos de 9 TBOF11. E o mês terminou com os seguintes resultados para Larissa:

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Ainda é possível perceber alguns desajustes em relação à alocação realizada e a meta. Mas, se compararmos com o gráfico de dois meses atrás, podemos perceber a tendência de aproximação à meta, com uma redução da participação daqueles que já estavam acima da meta.

Também percebemos uma concentração em Fundo DI (FDI) porque os recursos disponíveis ainda não superiores ao mínimo definido para compra de ações e FII. Certamente, no próximo bimestre a situação será um pouco diferente.

A rentabilidade mensal foi positiva em 1,3%, um resultado muito bom. Com isso a rentabilidade acumulada da Carteira ficou positiva em 2,6%.


Conclusão


Os novos aportes passam a depender do desempenho de cada ativo. Em julho a classe Câmbio recebeu novos aportes. Em agosto seria a classe Ações, se Larissa tivesse o valor mínimo definido. Ao final do mês, percebemos que o desempenho das Ações foi melhor que o dos FII, portanto, este último encerrou o mês com a maior diferença entre a alocação e a meta. Assim, ao invés de comprar ações, como pensava no início do mês, a aplicação será em FII.

Os desempenhos acumulados de cada ativo podem ser visualizados abaixo:

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Os Títulos Públicos, novamente, se destacaram. Por outro lado vimos uma queda em TBOF11 e uma recuperação em ITUB4, havendo uma compensação mútua.

O IGP-M apresentou forte retração em julho (-0,74%) e agosto (-0,61%), potencializando ainda mais a rentabilidade real, agora em +4,9%:

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A Carteira de Larissa já totaliza um investimento de R$ 3.392. Mas desse total R$ 138, ou 4,1%, referem-se a rendimentos e valorização dos ativos.

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A renda passiva, juros e dividendos recebidos, cresceu:

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O total recebido na forma de rendimentos passivo chegou a R$ 41,85. Esse valor representa 30% da rentabilidade da Carteira. Vamos acompanhar a evolução dessa renda para ver como ela potencializa os investimentos.


Pense nisso!

Um grande abraço e até a próxima!


Kleber Rebouças

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Próximo: Mantendo a Estratégia
Anterior: Comprando Ações e Câmbio










Comentários

  1. Por que a população tem pouco dinheiro?

    http://osegredodavidaeodinheiro.blogspot.com.br/

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