Investimentos Inteligentes - Definindo o Perfil do Investidor



Olá pessoal!

No artigo anterior desta série apresentamos, de forma genérica, alguns conceitos relacionados a investimentos. Demos destaque a necessidade de se definir o Perfil do Investidor antes de começar a alocar seu Rico Dinheiro nas diversas modalidades de investimento. Agora vamos entender um pouco melhor como definir este perfil.

Os objetivos deste post são:

  • Esclarecer quais são os perfis de investidor mais comuns;
  • Apresentar ferramentas interativas que auxiliam na definição do seu perfil;
  • Demonstrar a importância da clareza de seu perfil para os seus investimentos;
  • Explicar a relação entre o perfil do investidor e a Alocação de Ativos.

Os tipos de investidores



De forma sucinta já abordamos este tema. Contudo, tendo em vista a importância da definição do perfil do investidor para a estratégia de Alocação de Ativos é prudente retomarmos essa discussão.

Basicamente, são três os perfis de investidores:

  • Conservador: é aquele investidor que não suporta perdas em seus investimentos, mesmo que momentâneas;
  • Moderado: é aquele investidor que apesar de não se dar bem com perdas já aceita correr algum risco em troca da possibilidade de uma rentabilidade um pouco maior;
  • Agressivo: é aquele investidor que lida bem com perdas momentâneas porque vislumbra uma rentabilidade acima da média em seus investimentos.

Derivados destes perfis, outros podem ser elaborados a depender da abordagem que se deseje. Por exemplo, podemos citar o Conservador de Longo Prazo. Este seria um perfil extremamente conservador mas que, em função de uma visão de longo prazo para seus investimentos, aceitaria colocar uma parcela mínima de seu capital em um investimento de alta volatilidade, como a bolsa de valores.

Também podemos destaca o perfil Super Agressivo. Este investidor visa obter grandes lucros através de aplicações de altíssimo risco, muitas vezes utilizando alavancagem e derivativos, e/ou realiza operações de curtíssimo prazo.

Não é mérito nem demérito se enquadrar em um ou outro perfil. O que importa é que o investidor tenha consciência de seu nível de tolerância ao risco e busque aquelas aplicações que são mais adequadas a seu perfil. A escolha de aplicações inadequadas poderá ter como consequência a exposição do investidor a emoções (fortes ou fracas) que o levem a tomar decisões equivocadas e com isso amargar fortes prejuízos.

Em qual perfil você se encaixa?

Entender qual é o perfil ao qual você se encaixa é mais um processo de autoconhecimento do que de educação financeira. A observação do nosso comportamento em decisões e situações de rotina já nos dá uma sinalização de qual é o nosso perfil:

  • Você é uma pessoa que lida bem com situações de stress?
  • Você gosta de uma rotina bem definida, com poucas surpresas durante o seu dia?
  • Você é uma pessoa com um patrimônio considerável de forma que sofrer uma perda repentina de uma pequena parte deste patrimônio não causará grandes modificações no seu padrão de vida?
  • Você tem uma reserva para emergências?
  • Você tem dependentes?
  • Você ainda é jovem e tem uma longa expectativa de vida pela frente, o que te permitiria reerguer caso algo errado acontecesse?

Essas são algumas perguntas que devem ser respondidas para definir o seu perfil. Não há uma regra única. Repito: É uma questão de autoconhecimento.

Entretanto, há inúmeras ferramentas na internet que permitem, através de resposta a perguntas simples, que você defina seu perfil. Podemos sugerir algumas:


Os cinco sites citados são apenas uma amostra. Há inúmeros outros. Alguns, inclusive, já sugerem uma determinada alocação em algumas modalidades de investimento.

Sugiro que faça os testes em pelo menos uns três sites diferentes para ter uma noção mais clara do seu perfil. Como os critérios não são universais, os resultados podem ser muito diferentes. Entretanto, quanto mais testes fizer e um determinado perfil for se apresentando uma maior quantidade de vezes é bem provável que seja, de fato, o perfil que mais se adequa a você.

A importância da identificação do perfil adequado

Cada perfil pressupõe um nível diferente de tolerância ao risco. Por risco entenda a possibilidade de uma decisão relacionada a investimento se mostrar equivocada e ter como resultado uma perda, mesmo que temporária ou de pequena monta.

Imagine uma pessoa casada, próximo de se aposentar, com filhos em idade escolar, com uma pequena reserva para emergências e a qual tenha sido oferecida a "oportunidade" de obter uma excelente rentabilidade. Sem analisar muito bem essa "oportunidade", acreditando na "garantia" verbal do amigo que fez a indicação de que o ganho é certo e  fácil, resolve utilizar sua reserva financeira para aproveitar a barganha! Afinal, foi indicação de seu amigo que entende do assunto.

Passados alguns meses, surge uma necessidade de utilizar os recursos em função de qualquer urgência e essa pessoa resolve resgatar o dinheiro aplicado. Qual não é sua decepção ao perceber que naquele momento tem menos do que o montante inicial. Como a necessidade dos recursos é imediata e não tem outra fonte se desfaz da aplicação.

Então, passam-se mais alguns meses e o amigo que fez a indicação a procura  e o seguinte diálogo é travado:

- E então, feliz com o investimento que indiquei? Agora estou saindo da aplicação com um lucro muito bom!
- Mas como? Você me indicou e eu resgatei há alguns meses e fiquei no prejuízo!
- Mas você resgatou no pior momento! Por que? Não havia te dito que o investimento era de longo prazo?
- Sim, mas precisei do dinheiro e tive que sair antes!

Histórias como essa são comuns no mundo dos investimentos financeiros. Cada produto tem um prazo e um perfil de investidor. Inclusive, há produtos financeiros que são destinados apenas a Investidores Qualificados. Ou seja, pobres mortais são PROIBIDOS de ter acesso a eles. O pior (ou o melhor, a depender do ponto de vista) é que estes são os que oferecem as melhores rentabilidades (e também os maiores riscos).

Ao se identificar com um perfil, não significa que você permanecerá nele pelo resto de sua vida. Pelo contrário. O perfil em que nos enquadramos é muito influenciado por nosso momento de vida. Podemos oscilar, inclusive, entre eles à medida que evoluímos. O direcionamento poderá se dar nos dois sentidos: do risco crescente ou decrescente. Novamente, não há uma regra rígida.

Outro fator que influencia substancialmente no nosso perfil é o nosso nível de conhecimento a respeito dos produtos que nos são ofertados. Quando mais conhecemos, mais tendemos a aceitar riscos mais altos. Apenas devemos ter cuidado de ACHAR que entendemos de algo quando, na verdade, não entendemos nada.

A Alocação de Ativos tem que estar de acordo com o seu perfil

O primeiro passo da alocação de ativos é definir o percentual de suas aplicações que devem aplicados em cada modalidade de investimento.

Um perfil conservador, sem dúvida alguma, investirá uma parte considerável de seus recursos em ativos de renda fixa, com alguma margem de segurança. Se o nível de conservadorismo for exageradamente alto pode ser 100% da aplicação seja em renda fixa. Ainda assim será possível escolher produtos diferentes nessa modalidade.

Já um perfil agressivo investirá uma soma significativa em ativos de renda variável tal qual ações. Se for um nível extremamente agressivo poderá, inclusive, assumir posições alavancadas e investir em derivativos. A possibilidade de retorno será alta mas a de perdas também.

Dessa forma, o perfil será a primeira sinalização de como será feita a alocação dos seus recursos.

Conclusão

A definição do seu perfil é o primeiro passo para se iniciar a estratégia de Alocação de Ativos.

Aconselhamos que tenha bastante lucidez nessa análise e que faça a maior quantidade de testes possíveis para ter uma visão clara de qual é o seu perfil.

No próximo post desta série traremos sugestões de alocação para cada um dos perfis básicos.

Até lá, reflita e descubra-se.

Um grande abraço e até a próxima!

K.R.

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Comentários

  1. Muito bom Kleber,
    O conhecimento altera a percepção de risco. Por isso estudar é fundamental.
    Também acredito que só conseguimos aferir nossa real propensão à volatilidade na prática. Assim defendo que o investidor sinta o mercado in loco. Comece com apenas 100,00, por exemplo, com a intenção de conhecer e não necessariamente ganhar. Investir de fato como forma de aprendizagem.

    Abraço!

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