Livro - Memórias de um Operador da Bolsa


Livro - Memórias de um Operador da Bolsa


O Mercado de Ações alimenta, no mundo todo, as esperanças de milhares de pessoas que desejam se tornar milionárias. Tido por alguns como um sério ambiente de negócios, por outros como um cassino, não resta dúvida que os especuladores possuem um papel fundamental nesse universo.

Os objetivos desse artigo são:

  • Apresentar Larry Livingston (pseudônimo de Jesse Livermore), um dos maiores especuladores de ações de todos os tempos;
  • Destacar as principais lições apresentadas no livro;
  • Desmistificar alguns preconceitos em relação a atividade especulativa;
  • Alertar para os riscos que envolvem a atividade especulativa.







Memórias de um Operador da Bolsa

Sobre o autor


Livro - Memórias de um Operador da Bolsa


Edwin Lefèvre (1871–1943) foi um jornalista, escritor e estadista Americano muito famoso por seus escritos sobre os negócios de Wall Street.

Nascido em Colón, República do Panamá, foi enviado ainda criança para os Estados Unidos, estudou na Universidade Lehigh, Pennsylvania, EUA, formando-se em Engenharia de Minas. Contudo, aos 19 anos, iniciou a carreira como jornalista e, posteriormente, tornou-se um Corretor de Valores. Após a morte do pai, com a herança recebida, tornou-se um investidor independente.

Dos oito livros de sua autoria, Memórias de um Operador da Bolsa é considerado um clássico.

Jesse Livermore




Jesse Livermore saiu de casa aos 14 anos, com 5 dólares no bolso, e foi trabalhar numa corretora. Graças a seu notável talento natural, em pouco tempo se tornou um dos investidores mais bem sucedidos da história. Ao longo de sua vida, conquistou e perdeu 4 vezes fortunas multimilionárias. Em 1929 tinha US$ 100 milhões, o que o situava entre os homens mais ricos do mundo na época.

Em novembro de 1940, suicidou-se. Considerando o bilhete deixado por ele, os consideráveis ganhos que havia obtido durante a Primeira Guerra Mundial e as oportunidades de lucro decorrentes da Segunda Guerra Mundial que então se iniciava, somados aos indícios de que sofria de depressão, doença não plenamente identificada naquele tempo, é improvável que tenha cometido suicídio por motivos financeiros.

É considerado por o melhor especulador da sua época (ou mesmo de todos os tempos). Embora não tenha sido a primeira celebridade do mundo da especulação, foi o mais famoso de seu tempo.

Memórias de um Operador da Bolsa


Ler o Memórias de um Operador da Bolsa é mergulhar na mente de um brilhante especulador que nada mais fazia do que aproveitar as oportunidades de lucro que se lhe apresentavam. O livro narra a vida Larry Livingston (Jesse Livermore) enquanto um operador da Bolsa de Valores Nova Iorque.

Larry inicia sua vida nesse ramo aos 14 anos, em New England, como o “garoto que anota as cotações no quadro” de uma BucketShop (espécie de casa de apostas em que você podia apostar na subida ou queda do preço das ações. Muito comum no início do Século XX, nos EUA, não existem mais). Dotado de uma boa memória, ele percebeu que conseguia “prever” a direção dos preços das ações a partir do seu comportamento. Estimulado por um amigo, resolveu arriscar na própria BucketShop em que trabalhava obtendo um bom lucro.

Larry então percebe que poderia ganhar muito mais. Deixa seu emprego e passa a viver apenas dos seus lucros nas BucketShops. À medida que se torna conhecido como o “Garoto Especulador”, suas operações passam a ser recusadas nessas instituições pois seus lucros significavam prejuízos aos donos. A solução encontrada por ele, para continuar operando, seria ir direto à fonte: Wall Street.

Ao começar a operar, agora comprando e vendendo ações de maneira real, tem prejuízo e vai à falência. Percebeu que era diferente operar via BucketShop e no mercado real. Percebeu que suas vendas e compras afetavam diretamente o preço dos ativos que estavam negociando. E com isso ele não contava. Para se recuperar, voltou a operar temporariamente nas BucketShops Nova Iorquinas se recapitalizando e voltando ao mercado real.

À medida que ia ganhando experiência, Larry aperfeiçoava seu método de operação. Assim, começou a perceber a diferença entre mercados altistas (em que a tendência dos preços é aumentar) e baixistas (em que a tendência dos preços é reduzir). Um típico operador de curto prazo, em que buscava garantir seus ganhos no menor espaço de tempo possível, aprendeu que o “dinheiro grande” está no longo prazo, seguindo a tendência do mercado.

Assim, mais uma vez, muda seu método de operação e passa a focar os “grandes movimentos” de preço. Então vem o sucesso e torna-se milionário. Seu diferencial estaria não apenas em estar comprado em ações em um mercado altista, mas também em estar vendido (operação através da qual o especulador, visualizando uma queda na cotação, vende um ativo que não possui para recomprá-lo no futuro por um preço mais baixo) quando o mercado era baixista.

Nesse processo, aprende ainda a operar com mercadorias (especialmente grãos). Faliu por tês vezes. Chegou a dever mais de US$ 1 milhão. Posteriormente, voltou a recuperar-se, pagou seus credores e, novamente, voltou a tornar-se multimilionário.

Defensoria Pública do Estado / RS-TÉCNICO - ADMINISTRATIVA-ANALISTA - PROCESSUAL

Lições aprendidas


O senso comum coloca os especuladores “do lado maligno da força”. Contudo, o que aprendemos na leitura de Memórias de um Operador da Bolsa é que o especulador nada mais é que alguém analisa possíveis cenários e, em visualizando uma reversão do cenário atual, altera o seu posicionamento no mercado. A consequência para ele é prejuízo, se estiver errado, ou lucro, se estiver certo.

É possível que o maior motivo para que as pessoas sintam algum tipo de sentimento negativo para com os especuladores seja consequência da inveja. Isso porque enquanto especuladores estão perdendo, não há reclamações. Mas quando o jogo virá começam as acusações.

Como, no dia a dia, as pessoas não estão muito preocupadas em utilizar os termos adequados ao referir-se a diversas situações, terminam por colocar no mesmo saco os investidores, especuladores e manipuladores. Mas uma análise cuidadosa mostrará que são diferentes, especialmente no que se refere a seus métodos e objetivos.

Além de especulador, Larry era manipulador. Talvez até possamos chegar a conclusão, pela leitura, de que seria um manipulador ético. Provavelmente, sua referência real, Jesse Livermore, não tivesse sido tão ético.

Ao manipular o mercado, Larry buscava criar demanda para um determinado ativo de forma que ele se valorize e, com isso, para que quem tem uma quantidade grande desse ativo possa vendê-lo pelo maior preço possível sem, com isso, forçar uma queda dos preços.

Em tese, seria essa forma ética de manipulação pois não há a produção de informações falsas. Apenas uma pressão sobre a demanda para que a ganância dos demais especuladores possa agir forçando os preços para cima. A forma antiética de manipulação seria a produção proposital de informações falsas para iludir os investidores.

Outro ponto importante, porém questionável em algum grau, é a lição de que nada adianta estar contra a tendência do mercado. Isso porque você verá seus ativos se desvalorizarem. Além do que, você pode facilmente inverter sua posição no mercado, ganhando tanto com a queda quanto com a valorização dos ativos.

Por fim, podemos afirmar que o livro é o marco para os adeptos da Análise Técnica. Se você é novo nesse mundo e pretende seguir essa linha de “investimentos”, recomendo a leitura como sendo obrigatória. Se você não está preocupado com as oscilações do preço, mas com a formação de um patrimônio de longo prazo, recomendo a leitura para conhecer o outro lado do mercado.

Frases e Pensamentos de Jesse Livermore


  • Ações nunca estão muito altas para começar a comprar nem muito baixas para começar a vender. Mas depois da primeira transação, não faça uma segunda a não ser que a primeira mostre lucro.
  • Se uma ação não agir corretamente não toque-a; porque, não podendo dizer precisamente o que está errado, você não pode dizer para que lado ela irá.
  • Nunca compre uma ação porque ela teve uma grande queda desde sua última alta.
  • Sempre venda o que mostra um prejuízo e mantenha o que está dando lucro.
Jesse Livermore


E vamos que vamos!

Um grande abraço e até a próxima!


Kleber Rebouças

Rico Dinheiro: Curta e Compartilhe Educação Financeira!


Outras sugestões de leitura:
Liberal com Orgulho
Método para a Educação Financeira
Manual do Pequeno Investidor em Ações
O Investidor Inteligente
Ilusões Populares e a Loucura das Massas








Comentários

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