Livro - O Investidor Inteligente - by Benjamin Graham






O Investidor Inteligente

Tido como o pai do Investimento Baseado em Valor, Benjamin Graham traz neste Best Seller lições importantíssimas para quem deseja tornar-se um Investidor Inteligente. Leitura obrigatória para aqueles que desejam formar um sólido patrimônio.

Os objetivos deste artigo são:

  • Fazer uma breve apresentação de quem foi Benjamin Graham;
  • Destacar as principais ideias do livro O Investidor Inteligente;



Sobre o autor






Benjamin Graham (08/mai/1894 – 21/set/1976) foi economista e investidor profissional. É considerado o "pai" do Value Investing (Investimento Baseado em Valor), técnica de investimento que visa selecionar os ativos a serem investidos através de quanto valem (não de quanto custam), baseando-se em seus fundamentos e ignorando os movimentos dos preços. Graham influenciou ninguém menos que Warren Buffet, o terceiro homem mais rico do mundo na atualidade.

Judeu, nasceu em Londres e mudou-se para Nova Iorque com sua família quando tinha um ano de idade. Após uma vida de pobreza, tornou-se um excelente estudante, graduando-se na Universidade de Columbia como Salutatorian (Título acadêmico dado nos EUA ao graduado que obtém a segunda melhor posição de toda a classe).

Apesar de ter recebido outros convites, optou por aceitar um emprego em Wall Street e, posteriormente, fundou a Graham-Newman Partnership.

Publicou, em parceria com David Dood, o livro Security Sanalysis, considerado a bíblia para investidores fundamentalistas desde que foi escrito. Além dele, o Investidor Inteligente, publicado em 1949 (4ª revisão, com Jason Zweig, 2003) é outro livro seu que tornou-se Best Seller.


O Investidor Inteligente


Publicado pela primeira vez em 1949, o livro encontra-se na sua 4ª. edição, revisada em 2007, com comentário de Jason Zweig. Possui 594 páginas de um excelente conteúdo. Contudo, não é uma leitura fluída. É preciso ter noções básicas de como funciona o mercado de investimentos e muito interesse no tema. Apesar de cheio de exemplos da vida real, vale frisar que os comentários de Jason (sempre após cada capítulo) tem papel fundamental para sintonizar o leitor com casos equivalentes aos citados por Graham, porém num passado mais recente.

Se tiver que selecionar a melhor lição do livro, ficaria com a clara distinção estabelecida entre especuladores e investidores. Vulgarmente e erroneamente, talvez até sejamos induzidos de forma proposital, confundimos o primeiro com o segundo.

De forma bem simples, Graham define especulador como aquela pessoa que busca beneficiar-se da volatilidade do mercado, das oscilações dos preços dos ativos. Já o investidor é aquele que compra o negócio, que analisa a empresa, os administradores, o mercado, a economia. Alerta ainda que a pior situação é aquela na qual o cidadão se ilude, denominando-se investidor, mas age o tempo todo como especulador, deixando-se levar pela volatilidade dos preços.

Graham destaca ainda que a melhor atitude a ser tomada deve ser a de um investidor defensivo. Ou seja, um investidor que busque preservar o seu capital, não assumindo posições muito arriscadas (especialmente entrando em negócios que desconhece). Sugere, explicitamente, que o investidor defensivo deve considerar em sua alocação um mínimo de 25% e um máximo de 75% em ações, variando de acordo com o "humor" do mercado.

Ferrenho crítico da teoria dos mercados eficientes e da análise técnica, argumenta que a formação dos preços das companhias não é racional. De forma que, ciclicamente, uma companhia pode estar sendo negociada por um preço muito acima do que realmente vale, tornando o investimento muito arriscado. Por outro lado, sempre haverão companhias sendo negociadas por um preço muito menor do que vale. É nessas que estão as oportunidades de ganho.

Altamente cético em relação a fundos de investimento, Graham destaca que a melhor pessoa para gerir seu capital é você mesmo. Desconfia veementemente daqueles que afirmam poder superar o mercado com bastante constância. Contudo, não descarta o investimento através de fundos para aqueles que não querem ou não tem tempo para estudar o negócio.

Outro importante alerta diz respeito a relação dos administradores da empresa com os acionistas. Na linha do "você é a pessoa que melhor sabe gerir seu dinheiro", Graham afirma que, na maioria dos casos, é sempre mais vantajoso que a empresa pague dividendos do que retenha os lucros para investimento. Além disso, exorta os acionistas, mesmo que possuidores de uma parcela ínfima do capital social, a participar ativamente da vida da empresa, frequentando as assembleias e exigindo dos administradores uma postura transparente.

Há, ainda, em suas páginas, diversos alertas a respeito dos balanços das empresas, que devem ser lidos cuidadosamente. Deve-se também, nas análises dos balanços, buscar retirar os efeitos não recorrentes que distorcem os resultados empresariais.

Por fim, nos revela a importância do conceito de "Margem de Segurança". Através dele, buscamos nos posicionar de forma que mesmo ocorrendo um evento inesperado que consuma boa parte do capital, o impacto seja o menor possível.


Lições aprendidas


A alegoria favorita de Graham é a do Sr. Mercado. Um sujeito que todos os dias bate à porta do dono de um negócio oferecendo-se para comprar ou vender uma participação na empresa por um preço diferente. Frequentemente, o preço ofertado pelo Sr. Mercado parece justo. Mas, às vezes, é ridículo. O investidor é livre para aceitar a ofertar ou ignorá-la completamente.

O Sr. Mercado não se preocupa com isso e, no dia seguinte, estará lá novamente, com um novo preço. O investidor nunca deve esquecer que é o humor do Sr. Mercado que está determinando preço do negócio do investidor. Pouco importa se o negócio vai bem. Ele lucraria com a oscilação do preço. Para o investidor, por sua vez, é melhor preocupar-se com sucesso do negócio e o recebimento de dividendos do que o frenquente comportamental "irracional" do Sr. Mercado.

Particularmente, nada tenho contra especuladores. Até acredito que, de certa forma, até o investidor tradicional possui um "quê" de especulador. Sem contar que sem o especulado não haveria mercado. Contudo, chamar um especulador de investidor é um equívoco imperdoável que só atrapalha a entrada de novos investidores no mercado.

O investidor deve concentrar-se em comprar o negócio. Estudar os fundamentos da empresa e do mercado em que ela atua. Analisar seus relatórios contábeis, avaliar se o preço de mercado está acima ou abaixo do quanto a empresa realmente vale. Se estiver abaixo, compra parte da empresa e ignorar as flutuações do mercado. Só se desfazer da empresa se perceber que o seu preço se elevou tanto que causou uma distorção muito grande em relação ao seu valor intrínseco.

Não podemos nunca esquecer da diversificação para nos protegermos das crises econômicas cíclicas. Daí, reforçamos a utilização de uma sólida estratégia de alocação de ativos.

É uma leitura recomendada a quem quer, de fato, tornar-se um Investidor Inteligente.


Um grande abraço e até a próxima!


Kleber Rebouças

Rico Dinheiro: Curta e Compartilhe Educação Financeira!

Outras sugestões de leitura:
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